Entender a paisagem leva tempo. O caminho de um rio, as curvas de uma serra, o movimento do vento e a resiliência do fogo. A história de uma trilha, a pintura de uma pedra, a formação de uma caverna e a invenção de uma cidade. Tão logo começamos a entender uma paisagem, imediatamente percebemos que ela se metamorfoseou de novo.
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Tudo é ainda mais inquieto nos territórios de fronteira. Muitas vezes nem campo, nem cidade, as divisas entre comunidades, cidades, estados e países guardam relacionamentos íntimos e particulares, desvelando situações de convívios ou de conflitos. Além de revelarem também ocupações muito adversas, entre o abandono do Estado e apropriações subjetivas.
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CAMPOCIDADE nasce do interesse desta dicotomia tão transversal e interdependente. Objeto de estudo tanto na Geografia, como na História, no Urbanismo e na Arte, a relação entre Campo e Cidade se manifesta aqui pela investigação do território e da paisagem por meios de trilhas, serras, rios e sítios históricos.
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Aprofundar a nossa relação com a natureza nunca foi tão urgente e necessário. Partindo do princípio que a Cabeça Pensa Onde os Pés Pisam, este é um convite para pisarmos os pés com cuidado lá fora. Um mergulho no presente e no passado para começarmos a escavar o futuro que sonhamos para os nossos caminhos, abrigos e paisagens.